Esta antiga rua da baixa de Setúbal, que liga a Avenida Luísa Todi à Lota, deve o seu nome ao facto de nela ter sido construída, em junho de 1902, a sede da Associação Marítima que era como um sindicato da classe dos trabalhadores do mar nome dado, na altura, aos pescadores também designados como marítimos.
A fachada principal da sede da associação dava para o então Parque das Escolas e a traseira para esta rua.
Em 1942 esta associação passou a ser a Casa dos Pescadores, uma espécie de sindicato da casse piscatória, mas agora devidamente controlada pela Ditadura.
À esquerda, de quem vai da Avenida Luísa Todi, tinha a parte final da antiga Doca Delpeut que foi depois aterrada nas obras da construção porto de Setúbal em 1930.
Também desse lado foram instaladas diversas fábricas de conservas, ao longo dos anos, como a Algarve Exportador, Lda., a Companhia Lusitana de Conservas, a Costa Carvalho e C.ª, a Mariano Lopes & C.ª Lda. e a E.T. Dellory, esta a primeira fábrica francesa a ser fundada em Setúbal em 1880.
Com a decadência da indústria das conservas as fábricas passaram a ser armazéns e depois oficinas de reparações de automóveis.
Em 1959, na morada com o número 59, abriu a primeira delegação da PIDE, a polícia política da Ditadura, que mais tarde, nos finais do ano 60, passou para o Bairro Salgado.
Em 2000 a fábrica Algarve Exportador, Lda. foi demolida para no seu terreno ser construído um prédio, mas obra nunca se iniciou. Com aumento do turismo em Setúbal abriram vários restaurantes nesta rua.
Hoje é uma rua de passagem já sem a agitação, dos anos 40 e 50, era-lhe dada pelo pessoal das antigas fábricas de conservas de peixe.
Professor Alberto de Sousa Pereira