No Largo José Afonso existe um auditório que tem merecido vários nomes como o “túnel de vento” ou “o arco do triunfo”. Trata-se de uma obra cara e controversa, com quase 20 anos, cuja história e os seus responsáveis, será boa altura de se recordar.
Tudo começou nos inícios do século XXI quando a vereadora do Urbanismo da CMS, a arquiteta Teresa de Almeida, anunciou que, graças ao programa POLIS, Setúbal iria ter uma “nova Praça Sony” tal como a Expo 98 em Lisboa.
A obra foi projetada por uma equipa de Lisboa, quando a CMS tinha como presidente Manuel da Mata Cáceres.
Quando no início do século XXI a CDU ganhou a presidência da CMS ainda procurou alterar o projeto do auditório, mas tal não foi possível, pois os prazos eram curtos, para se encontrarem alternativa, sob pena de se perder as verbas da União Europeia.
Assim, o auditório foi construído e inaugurado em novembro de 2005. Custou cerca de 4,3 milhões de contos e tem capacidade teórica para 2500 espetadores.
Esta obra teve muita contestação e numa sessão de esclarecimentos, realizada em julho de 2007, em Setúbal, vários participantes contestaram esta construção. A encerrar a sessão o arquiteto Manuel Salgado, o “pai do projeto”, perante os protestos do público presente, afirmou "Os senhores têm o direito de dizer que não gostam, amigos como sempre".
Esta obra teve e tem pouca utilização, pois está exposta aos ventos de fim da tarde, no verão, vindos de norte, que atravessam todo o auditório. Também não tem proteção contra chuva ou o Sol durante o dia.
Temos assim um autêntico “elefante branco” na cidade de Setúbal.
Esperemos que um dia um executivo camarário tenha a coragem de demolir ou reconverter tão desenxabida e inútil obra pública.
Professor Alberto de Sousa Pereira