A cidade de Setúbal teve várias drogarias que em poucos anos foram fechando. Uma tem vindo a resistir, a drogaria A Plaina, situada na Avenida 5 de Outubro, 5 e 7. Este estabelecimento foi fundado em 1977 pelo seu proprietário José A. Marques com a designação de A. Marques & C.ª Lda.
Mais tarde passou para os seus herdeiros que mantêm ainda hoje o negócio aberto, agora com a nova designação; A Plaina - Comércio, Ferramentas, Lda.
Mas por que razão fecharam importantes drogarias, como os Pacheco ou a drogaria Rosa? Estavam bem situadas, tinham clientela certa, mas todas foram encerrando. A crise começou nos anos 90, do século passado e não foi apenas devido à concorrência das grandes superfícies.
A crise foi-se instalando em parte devidos aos encargos fiscais e outros. Depois, com a facilidade de atualização das rendas, as despesas aumentaram, mas sobretudo o que afundou este comércio foi o negócio das miudezas.
Um cliente entrava na drogaria e queria comprar duas buchas de plástico para colocar uma prateleira na sua cozinha. O empregado dava conselhos e depois o cliente, como as buchas eram baratas, até comprava quatro pelo preço de 20 cêntimos. Feitas as contas a todos os encargos, o comerciante perdia dinheiro, pois os 20 cêntimos nem sequer pagava o tempo perdido no atendimento ao cliente. Com muitas compras deste género, ao longo do dia, logo se compreende que este comércio era uma rampa para a falência. Numa grande superfície não há atendimento pessoalizado e apenas se vende uma caixa de buchas.
No entanto, apesar da crise, na Avenida 5 de Outubro a drogaria A Plaina vai resistindo e continua a dar o seu atendimento especializado, sempre disponível e de maneira simpática. Uma boa exceção no mundo, sempre em mudança, do comércio tradicional.
Professor Alberto de Sousa Pereira










