A sede da Câmara Municipal de Setúbal já teve três localizações principais. Inicialmente foi no Largo da Ribeira Velha, mas, nos inícios do século XVI, Setúbal era uma vila muito importante, devido ao comércio marítimo e necessitava de numa nova sede concelhia.
Assim, no reinado de D. João III, em 1526, começaram as obras já na então Praça do Sapal.
O edifício, de dois pisos, albergava a cadeia, o armazém e o talho municipal. No andar superior estava instalada a câmara municipal. Finalmente, em 1533 os novos Paços ficaram terminados.
No terramoto de 1755, que quase arrasou Setúbal, a sede municipal sofreu graves danos. Para a sua reconstrução, o rei D. José autorizou o lançamento de um imposto de dois réis sobre a carne. Aproveitou-se a ocasião e ampliou-se o edifício.
Novamente, em 1858, um terramoto afligiu Setúbal. A sede da Câmara Municipal de Setúbal foi poupada e recolheu parte da população que ficou sem casa.
Na noite de 4 para 5 de outubro de 1910, devido à revolução republicana, deu-se um incêndio na esquadra da polícia que rapidamente se espalhou pelo edifício que ardeu completamente. Assim temporariamente a sede municipal passou para as instalações do Liceu, situadas no local onde hoje está a Escola Secundária Sebastião da Gama.
Em 1927, o arquiteto Raul Lino veio a Setúbal avaliar as ruínas e organizou depois o projeto do novo edifício a construir no mesmo local. Em 1929 foram iniciadas as obras de demolição das ruínas e apenas em 1932 foi possível iniciar a construção da nova sede municipal. Finalmente, em 1938, as obras terminaram. A 10 de agosto de 1939 a Câmara Municipal de Setúbal reuniu, pela primeira vez, no novo edifício.
Posteriormente, já neste século, o edifício sofreu novas melhorias e hoje apresenta um excelente e honroso aspeto para todos os visitantes que passam por Setúbal.
Professor Alberto de Sousa Pereira