A exposição “Sustentar”, com trabalhos de seis artistas sobre projetos implementados em Portugal com o objetivo de dar resposta aos desafios ecológicos e sociais, foi inaugurada este sábado na Casa da Cultura, em Setúbal, onde fica até dia 29.
Um dos trabalhos que integram a exposição, “Hoje, Translúcido”, de Margarida Reis Pereira, foi desenvolvido em residência, em Setúbal.
Implementado com base no diálogo com as comunidades dos bairros do Grito do Povo e dos Pescadores, “Hoje, Translúcido” utiliza um conjunto de estratégias visuais para representar as memórias e identidade dessas comunidades.
Maria Oliveira, autora de “De Vagar o Mar”, cria, por seu lado, uma passagem metafórica para o mundo antigo e pré-humano nas salinas da Figueira da Foz e reconhece o potencial natural e cultural deste território.
Elisa Azevedo, com o projeto “Em Plena Luz”, explora a integração de sistemas inovadores de captação de luz solar para tornar a zona histórica de Évora autossustentável do ponto de vista energético.
O filme “O leito do rio”, realizado por Sam Mountford no Parque de Noudar, centra-se nas dimensões culturais, sociais e ecológicas dos montados ibéricos e na resiliência deste território para mitigar as consequências das alterações climáticas.
Por fim, a série “Geoparque”, de Nuno Barroso especula sobre os paradigmas do território do Geoparque Algarvensis, em Loulé, através da exploração de diversas realidades da agricultura, energia e atividade turística.
Os curadores da exposição recordam que “Sustentar” é uma plataforma colaborativa da Ci.CLO que promove o “desenvolvimento de projetos fotográficos e videográficos que pretende contribuir com perspetivas artísticas sobre iniciativas experimentais na área da sustentabilidade”.
Desta primeira edição resulta o olhar de seis artistas sobre outras tantas iniciativas que foram ou estão a ser desenvolvidas em Portugal como alternativas sustentáveis à interação humana com o planeta.
As seis iniciativas, com o envolvimento de parceiros do projeto, são Setúbal Preserva Bairros Grito do Povo e dos Pescadores, da Câmara Municipal de Setúbal, POCITYF, da Câmara Municipal de Évora, Núcleo Museológico do Sal, da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira, da Câmara Municipal de Loulé, Transição agroecológica, da Câmara Municipal de Mértola, e LIFE Montado-Adapt, da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, SA.
Os responsáveis da exposição adiantam que, com o trabalho “A Arte de Sombrear o Sol”, Evgenia Emets “acompanha as alterações climáticas, a transição agroecológica e a agricultura sintrópica em Mértola como uma possibilidade de adaptação a uma realidade de severa escassez de água”.
“Sustentar”, patente na Casa da Cultura até 29 de janeiro, tem coordenação-geral de Virgílio Ferreira, que partilha a curadoria com Krzysztof Candrowicz e Pablo Berástegui, e é organizada e produzida pela associação Ci.CLO Art, em parceria com várias entidades, entre as quais a autarquia de Setúbal, e o apoio financeiro da Direção-Geral das Artes.