Fátima Silveirinha, 51 anos, é a líder da bancada da CDU na Assembleia da União das Freguesias de Setúbal e ex-presidente da Junta de Freguesia.
Vive em Setúbal desde 2000, chegada à cidade pelo amor e enraizada desde então no território onde casou e criou dois filhos. Trabalhadora da Câmara Municipal de Setúbal e curso superior de Turismo, traz para a política local a experiência de eleita desde 2001 na assembleia e junta de freguesia de Santa Maria da Graça e na Junta de Freguesia da União das Freguesias desde 2013. Assumiu a presidência da Junta em janeiro de 2025, na sequência da renúncia do anterior presidente, e mantém-se agora como eleita na assembleia de freguesia, comprometida com a fiscalização e a intervenção construtiva na vida democrática local.
Para Fátima, o papel da assembleia é determinante na vida democrática da freguesia “É quem fiscaliza aquilo que o Executivo faz, mas tem também como dever fazer sugestões, de fazer propostas”, afirma. A CDU, que passou da força mais eleita para a oposição, assume esta posição com consciência do seu papel: vigilante, mas construtiva, procurando garantir que a junta se mantém próxima das aspirações da população. “Teremos sempre um papel construtivo, mas vigilante. Até porque foi a CDU que esteve desde o início naquilo que foi a fusão de três freguesias: São Julião, Anunciada e Santa Maria”, lembra, destacando a consolidação de uma única identidade territorial após anos de integração e adaptação.
As prioridades políticas da bancada refletem esta postura: fiscalização constante e proximidade com a população. Fátima Silveirinha enfatiza que o papel da CDU é assegurar que a Junta de Freguesia não se afasta das necessidades reais dos cidadãos e dos seus trabalhadores, equilibrando interesses urbanos e rurais, da baixa comercial, do centro histórico e dos bairros. A atenção às políticas locais não se restringe ao presente, mas envolve uma vigilância contínua sobre questões estruturais, sociais e ambientais, nomeadamente no que refere
ao processo de transferência e delegação de competências na Junta de Freguesia que considera ameaçadas.
Entre os temas que mais preocupam a bancada da CDU estão a habitação, o ordenamento do território, a cultura e a proteção ambiental, com especial destaque para a frente ribeirinha, bem como para a Arrábida Reserva da Biosfera da Unesco, recentemente aprovada. “Os problemas de habitação trazem consigo dificuldades sociais graves, grandes dificuldades das famílias em pagar rendas ou até conseguir um espaço onde viver, assim como a fixação de jovens”, sublinha. Paralelamente, observa com atenção as consequências de políticas nacionais na vida local, como baixos salários e desemprego, e reforça que as autarquias são frequentemente a primeira linha de resposta às necessidades da população.
O diálogo político é, para esta autarca, um exercício de responsabilidade e discernimento. A CDU mantém portas abertas, mas reconhece que nem todas as forças políticas são iguais, e a sua disponibilidade para consenso e negociação dependerá dessa avaliação. A experiência que acumulou ao longo de três mandatos permite-lhe insistir no reforço e na necessidade de equilíbrio entre firmeza e abertura ao diálogo.
Quanto ao futuro, Fátima Silveirinha adota uma postura de prudência: prefere não projetar cenários ideais, reconhecendo os limites da oposição e as incertezas políticas. Para ela, o grande desafio é atrair e fixar jovens e famílias, integrando-os na comunidade sem perder de vista a identidade e as tradições que estruturam a cidade. O envelhecimento populacional e a manutenção da coesão social aparecem como preocupações centrais, exigindo políticas que combinem visão de futuro e respeito pelo passado.
No final da conversa, a mensagem de Fátima Silveirinha aos habitantes da freguesia é clara: “Continuo por aí, disponível para ouvir todos. Continuamos!” Um compromisso de presença, de atenção e de intervenção, que sintetiza o papel que a CDU pretende desempenhar: uma vigilância firme, mas construtiva, orientada para os interesses das pessoas e para a continuidade do trabalho desenvolvido na União das Freguesias de Setúbal.










