A cenoura-do-mar, de nome científico Veretillum cynomorium, vive em zonas costeiras, em águas pouco profundas, na região do Mediterrâneo (Portugal, Espanha, Grécia, França e Turquia) e pode ser facilmente encontrada no Estuário do Sado.
Sabia que "veretillum" significa "pequeno bastão" ou "vara", referindo-se a forma alongada e cilíndrica da cenoura-do-mar?
É um cnidário colonial que se assemelha a uma cenoura enterrada na areia. Com uma cor laranja vibrante, esta espécie é bioluminescente, emitindo uma suave luz à noite, podendo ser observada nas praias portuguesas. Também algumas espécies de lulas são bioluminescentes e usam essa propriedade como mecanismo de defesa, emitindo flashes de luz para confundir predadores.
O que é a bioluminescência? É a capacidade de certos organismos produzirem e emitirem luz visível e ocorre através de uma reação química entre uma substância chamada luciferina e a enzima luciferase, resultando na emissão de luz.
Este ser vive enterrado em fundos arenosos ou lodosos, desde o limite inferior da maré baixa até profundidades maiores. Constituída por um pólipo central, grande e carnudo, em forma de caule, cuja base se enterra na areia, a cenoura-do-mar sobrevive em ambientes dinâmicos e sujeitos a fortes correntes de maré. Quando a maré sobe, as cenouras-do-mar aumentam várias vezes de tamanho, mostrando os pólipos distendidos dos animais que habitam a colónia.
As cenouras-do-mar devem o seu nome à sua coloração alaranjada e ao facto de serem encontradas enterradas nos fundos arenosos e lodosos, tal qual o seu homónimo vegetal. Desempenham um papel fundamental na preservação da biodiversidade local e, por isso, proteger este curioso animal é o mesmo que proteger o equilíbrio ecológico do belíssimo ecossistema que é o Estuário do Sado.










