O junco-das-esteiras, de nome científico Juncus maritimus, é uma planta essencialmente terrestre que possui a habilidade notável de crescer em solos alagados e salinos. É, portanto, uma planta halófita, ou seja, é uma planta resistente à salinidade.
É uma planta autóctone que se distribui por quase toda a Europa e, em Portugal, está presente nas zonas costeiras, especialmente em zonas sob influência marítima, nomeadamente sapais – e, naturalmente, no Estuário do Sado.
Apresenta-se como uma erva alta que pode atingir até 100cm de altura, de folhas flexíveis e delgadas, verdes escuras, terminando com uma ponta rígida e cortante, e com flores de tonalidade verde-amarelada. A floração acontece nos meses de junho a agosto.
Esta espécie é fundamental para a estabilização de solos e a prevenção da erosão em áreas litorais. As raízes do Juncus maritimus ajudam a fixar a terra, evitando que o vento e as ondas desgastem as margens de rios e costas. Além disso, a planta contribui para a filtragem da água, melhorando a qualidade ambiental desses ecossistemas ribeirinhos.
Sabia que, durante muitos anos, esta planta foi utilizada para produzir esteiras, que eram utilizadas na cobertura de habitações e em barracões onde o gado pernoitava? É esta característica que lhe confere o nome de junco-das-esteiras. As populações ribeirinhas utilizavam-na para produzir camas para o gado e cobrir os montes de sal; após esta utilização era utilizado como fertilizante agrícola.
Mais: esta planta tinha também utilização na medicina tradicional, sendo utilizada no tratamento de problemas na laringe.
Proteja o junco-das-esteiras, proteja a biodiversidade do Estuário do Sado!










