Sabia mais sobre a Avellara Fistulosa, uma planta que existia no Estuário do Sado mas que, infelizmente, parece estar extinta.
A avelara, ou escorcioneira-oca, de nome científico Avellara Fistulosa, é uma planta endémica da Península Ibérica que habita áreas costeiras: juncais e prados encharcados, áreas sujeitas a inundações periódicas. Em Portugal, não é observada desde o início da década de 1990, suspeitando-se que esteja extinta no nosso país, devido a pressões como a poluição da água, expansão de invasoras, pastoreio intensivo ou o assoreamento de zonas húmidas, que provocaram a perda do seu habitat natural no Estuário do Sado e Ria de Aveiro. Não por acaso, ela é considerada como um indicador da alta qualidade da água.
Apesar do seu desaparecimento no nosso território, ela pode ainda ser vista no Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, onde inclui uma coleção de plantas raras. O Jardim Botânico tem como missão, além de conservar e proteger o património botânico, ter uma população de plantas suficiente para, no futuro, contribuir para a sua reintrodução no habitat natural.
Resiste, ainda, uma única população no sul de Espanha, no Parque Nacional de Doñana, num local com apenas 32Km2 de área e, também, sujeito a perigos como a perda de habitat e a captação de águas subterrâneas.
A avelara esconde uma curiosidade: é da família do dente-de-leão e dos malmequeres, mas com a particularidade de ser aquática. A avelara engrossa, ainda, um número triste: faz parte das 1677 espécies europeias em risco de extinção.
Com este artigo, pretende-se alertar para as consequências nefastas da perda de biodiversidade, tanto local como a nível global, como o surgimento de pragas decorrentes do desequilíbrio dos ecossistemas, a perda da qualidade dos solos ou o impacto negativo nas alterações climáticas, pelo facto das plantas agirem como sumidouros de carbono. Não devemos esquecer que preservação da biodiversidade é vital para o bem-estar do ser humano.










