Sabia que a planta típica do sapal Atriplex glauca, também conhecida como a salgadeira-anã, está classificada como “criticamente em perigo”?
Em Portugal continental, se ainda existisse, só poderia ser vista na zona do Estuário do Sado. No entanto, a sua última observação data de 1985 e desde então a planta não voltou a ser registada pelo que é muito provável a sua extinção. Só ainda não é classificada de “regionalmente extinta” porque, no Estuário do Sado, persiste ainda alguma incerteza quanto à possibilidade de subsistir algum núcleo populacional.
Curiosidade: o nome do género Atriplex tem origem no latim e foi aplicado às plantas comestíveis por “Plínio, o Velho” (um historiador e naturalista romano que nasceu no ano 23 d.c.). O uso das plantas Atriplex como alimento é conhecido pelo menos desde o final do Mesolítico (aproximadamente entre 13 000 e 9 000 a.C.). A palavra “glauca”, do latim “glaucus”, significa verde azulado/cinzento azulado.
Esta planta – um subarbusto perenifólio esbranquiçado de até 50 cm e de hastes geralmente prostradas – é também nativa da Madeira, Espanha e sul do Mediterrâneo. Gosta de solos arenosos ou argilosos, relativamente salgados, tem ramos verde acinzentados, folhas ovais e carnudas e a floração ocorre de julho-novembro. As inflorescências vêm agrupadas em glomérulos, reunidas em espigas terminais e produz fruto. É uma planta perene, isto é, mantém as suas folhas durante todo o ano.
A perda de biodiversidade, como é o caso do desaparecimento desta planta em Portugal continental, é um flagelo que urge travar. O desaparecimento de espécies, tanto a nível local como a nível global, constitui um risco para o equilíbrio dos ecossistemas e para a humanidade. As causas da diminuição da diversidade biológica estão, em grande parte, ligadas à atividade humana - alterações climáticas, destruição de habitats, poluição, exploração excessiva de recursos – e, por isso, cabe a todos contribuir para colocar um ponto final neste problema