A União das Freguesias de Setúbal marcou presença as III Jornadas do Ambiente de Setúbal 2025, organizadas pelo Município de Setúbal, momento em que a cidade foi apontada como modelo de sucesso em termos de ativismo, debate e defesa ambiental.
O território setubalense é, em cerca de 60 por cento, composto por áreas protegidas e, para os biólogos, geógrafos e ambientalistas participantes na conferência “O Ambiente Vive-se Aqui”, no rooftop do Fórum Municipal Luísa Todi, o sucesso reflete-se nos valores naturais, mas também no trabalho desenvolvido por diversas instituições.
“Setúbal é o berço do ativismo ambiental pelos valores em presença no território, como a Arrábida e o Sado”, sublinhou a bióloga Cristina Coelho, chefe do Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável e Emergência Ambiental da Câmara Municipal, enquanto o geógrafo e especialista em ordenamento ecológico José Carlos Ferreira abordou o facto de o concelho “estar no centro do debate” quando se trata de questões ambientais.
“Isto acontece porque estamos a falar de um ambiente tão rico, tão diverso, que tem, também, uma ocupação muito diversa, além de 70 por cento do território ser área protegida”, salientou José Carlos Ferreira, durante uma apresentação da conferência, a qual contou ainda com a participação do geógrafo e ambientalista José Luís Zêzere.
A falar durante a gravação de um episódio do podcast ao vivo “Efeito Borboleta”, o especialista descreveu a Arrábida como “um laboratório vivo” e o Parque Urbano da Várzea como “um exemplo de mitigação de cheias”.
Durante a tarde foram ainda apresentadas histórias de projetos locais como o Cozinha Vizinha, que promove almoços comunitários, ou o Prá Rua, um projeto que promove a brincadeira na rua, através da ocupação e apropriação de espaços públicos.
Passaram também pelo rooftop do Fórum Luísa Todi alguns projetos ambientais de Setúbal, como o caso do micro-bosque criado no recreio da Escola Básica do Montalvão por crianças do concelho e do livro sobre alterações climáticas escrito por alunos do 6.º ano da Escola Básica Barbosa du Bocage.
Ouviu-se ainda falar dos esforços para conservar as populações de cavalos marinhos do Estuário do Sado e conheceu-se as histórias de Rita Saldanha Serra, e de como o facto de ser sobrinha do reconhecido professor e biólogo marinho Luiz Saldanha inspirou ter-se tornado jornalista de ambiente, e de Maria Romeiro, que todas as manhãs fotografa o nascer do sol em Setúbal.
A conferência “O Ambiente Vive-se Aqui”, dinamizada no âmbito do PRR, Comunidades em Ação, candidatura OIL – Operação Integrada Local na União das Freguesias de Setúbal, Coesão Socio-territorial Através das Margens, e em colaboração com a Mensagem de Lisboa, terminou com um sunset musical a cargo do DJ Monchiquito.